Desde 1976 o Cebes cumpriu importante papel no âmbito do chamado “Movimento Sanitarista Brasileiro”, cujas origens remontam aos primeiros anos da ditadura militar, que reuniu amplo leque de forças e atores sociais progressistas, incluindo, além dos profissionais da área médica, os sindicatos, o Parlamento e as universidades. […]
Dentre tantas contribuições relevantes, gostaria de destacar o “I Simpósio Nacional de Políticas de Saúde”, promovido pela Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados, em 1979. Um dos seus pontos altos foi a divulgação do documento “A questão democrática na área da saúde” apresentado pela direção nacional do Cebes, que teve como origem uma proposta preliminar preparada por Hésio Cordeiro, José Luiz Fiori e Reinaldo Guimarães, nascente no espaço acadêmico do Instituto de Medicina Social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
A importância real e simbólica deste texto decorreu da “precedência histórica no lançamento do projeto do Sistema Único de Saúde”, assinala o saudoso médico sanitarista Eleutério Rodriguez Neto. De fato, com oito anos de antecedência, o documento do Cebes delineia os contornos do que viria a ser o novo paradigma de intervenção estatal na saúde, consagrado pela nova Constituição. Essa contribuição foi uma das mais importantes referências para a consagração do SUS na Carta de 1988.
Vida longa ao Cebes e ao SUS!
Eduardo Fagnani
Professor do Instituto de Economia da Unicamp