Depoimento de Reinaldo Guimarães

Estive no nascimento do Cebes. Mais precisamente no seu segundo nascimento, quando a coordenação do Centro veio para o Rio de Janeiro – 1977 ou 1978, não estou certo. Se não me engano tomei parte na diretoria que então assumiu, sob a liderança de Sérgio Arouca. O Cebes foi parido como uma ferramenta de resistência ao regime militar, para ser um coveiro desse regime. E concluída essa tarefa, passou de coveiro a parteiro de um novo sistema de saúde que então era gestado – o Sistema Único de Saúde. Hoje confesso um sentimento ambíguo quanto a esse Cebes que jamais traiu essas duas grandes missões que o destino lhe pôs à frente. Sentimento de alegria pela sensação de dever cumprido; e de tristeza pela inusitada circunstância de ter que, passados tantos anos, acumular suas duas missões inaugurais. A de defender a sua cria de 1990 ao mesmo tempo em que luta para enterrar o regime golpista e antinacional que se instalou no país.

Que as novas gerações possam dar uma longa vida ao nosso Cebes.

Reinaldo Guimarães

Mestre em Medicina pelo Instituto de Medicina Social da Universidade do  Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*
*